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Crise energética: como os pequenos empresários estão a lidar com o aumento dos preços

A crise energética que assola a Europa tem sido uma fonte constante de preocupação para consumidores em geral, mas particularmente para os pequenos empresários. Estes encontram-se entre a espada e a parede, com o aumento abrupto dos preços da eletricidade e dos combustíveis a ameaçar tanto a sua rentabilidade como, em muitos casos, a própria sobrevivência dos seus negócios.

Numa visita recente a várias pequenas empresas, desde cafés familiares a lojas de ferragens, ouvem-se histórias de empreendedores que se sentem em muitos casos abandonados à sua sorte. Tal como Maria, dona de uma pequena pastelaria em Lisboa, que relata ter visto a sua conta de eletricidade subir quase 40% no último trimestre. "Com todos os outros custos a subir também, está cada vez mais difícil equilibrar as contas ao fim do mês", lamenta. Este cenário é frequente entre os seus pares e tem levado muitos a reequacionar estratégias.

Para tentar aliviar a carga, algumas empresas têm apostado em soluções alternativas, como a instalação de painéis solares para geração própria de eletricidade. Embora o investimento inicial seja avultado, muitos empresários veem nele a única via sustentável a longo prazo. Outros, por não terem a capacidade ou espaço para tal investimento, optam por soluções criativas: reduzir as horas de funcionamento, negociar contratos de energia de menor duração ou até mesmo partilhar espaços com outros negócios para dividir custos.

No entanto, essas medidas são, muitas vezes, apenas paliativas. Segundo João Semedo, economista e consultor para pequenas e médias empresas, a chave pode estar em políticas de apoio governamental mais robustas e flexíveis, que compreendam programas de incentivos fiscais específicos para os setores mais afetados. "Há ainda muito que pode ser feito em termos de regulamentação e apoio. Afinal, estamos a falar de uma parte vital da nossa economia, que gera emprego e inovação", reforça.

É também de destacar o papel das associações de pequenos empresários, que têm sido cruciais na partilha de informações e melhores práticas entre os seus membros. Estas organizações têm pressionado o governo para uma intervenção mais direta e eficiente, advogando por medidas como subsídios temporários ou regimes de compensação para aliviar o impacto imediato.

A perceção geral é que esta escalada nos preços da energia não é um fenómeno passageiro, e sim uma oportunidade para repensar modelos de negócios obsoletos e implementar práticas mais sustentáveis. Assim como em outras crises, a resiliência e capacidade de adaptação dos pequenos empresários pode ser a chave para se ancorarem num futuro mais justo e equilibrado.

Em suma, enquanto consumidores e grandes empresas podem ter maior margem para manobras financeiras, as pequenas empresas enfrentam esta crise com substancial fragilidade. Mas, como histórias de sucesso de crises anteriores demonstram, esta também pode ser uma oportunidade para a inovação e renovação de processos internos, tornando-se mais eficientes e, consequentemente, mais competitivos.

Resta saber se os poucos avanços que têm sido ensaiados vão ser suportados por uma política pública de longo prazo, que não apenas mitigue as dificuldades atuais, mas que também encoraje um desenvolvimento contínuo do setor energético sustentável. Como diz o provérbio, "crise é sinónimo de oportunidade", e cabe aos empresários elaborar estratégias para pavimentar esse caminho.

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