Seguros

Energia

Telecomunicações

Energia Solar

Aparelhos Auditivos

Créditos

Educação

Seguro de Animais de Estimação

Blogue

A ascensão das comunidades de energia em Portugal

Nos últimos anos, Portugal tem assistido a um crescimento significativo das comunidades de energia. Este fenómeno, de mobilização local e aproveitamento de recursos naturais, alia inovação tecnológica à sustentabilidade social e ambiental.

O conceito de comunidades de energia não é totalmente novo, mas ganhou destaque face à transição energética que o país e o mundo estão a viver. Estas comunidades são grupos de cidadãos, empresas locais e até mesmo autarquias que se unem para produzir, consumir e gerir energia de forma coletiva. A produção é, muitas vezes, renovável: energia solar, eólica ou biomassa são opções recorrentes.

Em Portugal, a legislação tem vindo a ser adaptada para facilitar a formação e operação dessas comunidades. Os incentivos fiscais e apoios financeiros permitem que estas comunidades se tornem viáveis e autossustentáveis. E se há uns anos poderia parecer uma utopia, hoje vêem-se exemplos concretos em várias regiões do país.

Um dos casos emblemáticos é o da aldeia de Sobral, no Alentejo. Com uma população envelhecida e em declínio, a comunidade local encontrou na energia solar uma forma de revitalizar a economia local. A criação de painéis solares comunitários não só reduziu a fatura da eletricidade, como também gerou excedentes de produção que são vendidos à rede, revertendo os lucros para o desenvolvimento de infraestruturas locais.

Outro exemplo interessante encontra-se no Norte, mais precisamente em Caminha. Este município decidiu implementar uma comunidade de energia que envolve estação de carregamento para veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia. O projeto, além de reduzir a dependência energética, tem atraído turistas e novos residentes preocupados com a sustentabilidade.

Para além dos benefícios ambientais e económicos, as comunidades de energia promovem a coesão social. Esta é uma força de união, onde cidadãos colaboram ativamente na gestão dos seus recursos, reforçando laços comunitários e o sentido de pertença a um espaço.

Porém, este movimento enfrenta desafios. A burocracia e a falta de informação são entraves que muitos grupos enfrentam. Para além disso, o financiamento inicial continua a ser uma barreira, especialmente em localidades onde a infraestrutura ainda está por desenvolver.

Apesar destes obstáculos, a motivação e o empreendedorismo das comunidades têm demonstrado que é possível aspirar à autossuficiência energética. Com o apoio certo e a partilha de conhecimento, estas ações locais são um microcosmo da transformação que muito pedem para a escala global. Transformar o paradigma de consumo e produção de energia pode ser o primeiro passo para uma verdadeira revolução verde.

A união faz a força, e as comunidades de energia são prova disso. Em tempos de crise climática e energética, a resiliência demonstrada por estas iniciativas é uma estaca de esperança e inovação no combate às adversidades que enfrentamos atualmente.

Tags