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A instabilidade económica global e os seus efeitos no setor de seguros em Portugal

A instabilidade económica global tem sido um tópico de grande preocupação, especialmente no setor de seguros em Portugal. Recentes flutuações nos mercados financeiros, influenciadas por fatores externos como guerras comerciais e a pandemia de COVID-19, trouxeram novos desafios para o setor. O impacto direto tem sido sentido na avaliação de riscos e na política de subscrição das seguradoras. Com uma economia fragilizada, as seguradoras encontram-se num dilema entre aumentar os prémios ou melhorar a cobertura para atrair mais clientes, muitas vezes optando por uma combinação de ambos.

Num contexto de crescente incerteza, os consumidores estão cada vez mais cautelosos, priorizando a segurança financeira. De acordo com um estudo recente, houve um aumento na procura por seguros de vida e saúde, impulsionados pela pandemia. No entanto, seguros mais específicos e de alto risco, como de viagem e automóveis de luxo, viram um declínio significativo. As seguradoras responderam a estas novas tendências de consumo com pacotes mais flexíveis e personalizados, tentando manter a retenção de clientes.

O setor de seguros não esteve imune às mudanças tecnológicas que têm transformado outras indústrias. A digitalização rápida, motivada pela necessidade de distanciamento social, levou à adoção de novas tecnologias como inteligência artificial e blockchain. Estas inovações não só aumentaram a eficiência operacional mas também introduziram novos produtos, como seguros paramétricos, que pagam automaticamente aos segurados com base na ocorrência de determinados eventos verificados por sensores ou satélites.

Além disso, há um espaço crescente para as parcerias público-privadas. O Governo português tem investido em programas de resiliência económica, e as seguradoras vêem nisso uma oportunidade para desenvolver produtos que complementem essas iniciativas. A criação de fundos de emergência, que possam ser acionados em eventos calamitosos como incêndios florestais ou inundações, é um exemplo de como estas parcerias podem funcionar.

No meio de tanta volatilidade, a sustentabilidade não pode ser ignorada. As seguradoras estão a ser pressionadas a integrar aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG) nas suas práticas. Investimentos responsáveis e seguros que incentivam práticas sustentáveis estão a tornar-se cada vez mais comuns. Exemplo disso é a implementação de descontos em prémios para clientes que optem por veículos elétricos ou a construção de imóveis sustentáveis.

Concomitantemente, a regulamentação tem acompanhado estas transformações com medidas mais rigorosas para garantir a transparência e responsabilidade no setor. A ASF (Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões) tem implementado novas diretrizes para assegurar que as seguradoras mantenham reservas financeiras adequadas e que informem de maneira clara e eficaz os seus clientes.

O panorama da concorrência no setor de seguros em Portugal também está a mudar. Não são apenas as grandes seguradoras que dominam o mercado, mas também novas empresas, muitas vezes startups, que trazem soluções inovadoras e disruptivas. Estas empresas, conhecidas como “insurtechs”, têm a vantagem de ser mais ágeis e tecnológicas, oferecendo serviços mais personalizados e a preços competitivos.

Para concluir, a instabilidade económica global trouxe muitos desafios ao setor de seguros em Portugal, mas também abriu portas para novas oportunidades e inovações. A capacidade de adaptação das seguradoras, aliada à utilização de tecnologias avançadas e à implementação de práticas sustentáveis, delineia um futuro promissor, embora incerto. As mudanças regulatórias e as novas dinâmicas de concorrência prometem um mercado de seguros mais robusto e diverso, preparado para enfrentar as adversidades e atender às necessidades dos consumidores de maneira mais eficaz.

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