Como o teletrabalho está a redefinir o mercado imobiliário em Portugal
O teletrabalho, uma medida outrora vista como temporária, transformou-se numa realidade permanente para muitos profissionais em Portugal. Essa mudança está a deixar uma marca considerável no mercado imobiliário – tanto na oferta de imóveis como na procura dos mesmos.
A crescente tendência de trabalho remoto está a levar as pessoas a reconsiderarem as suas localizações residenciais. Não estando mais presas às cidades onde os seus escritórios estão localizados, muitos portugueses estão a desafiar os padrões urbanos tradicionais. Há um êxodo gradual das grandes metrópoles como Lisboa e Porto para cidades de menor dimensão ou mesmo para vilas e aldeias, onde a qualidade de vida é frequentemente melhor e os custos substancialmente menores.
Essas pequenas cidades têm-se aproveitado da situação, investindo em infraestruturas que atraem estes novos residentes. A disponibilização de internet de alta velocidade e a criação de espaços de co-working tornaram-se prioridades para as autarquias, numa tentativa de integrar eficientemente estas novas dinâmicas de trabalho.
Os promotores imobiliários, cientes desta transformação, começaram a diversificar os seus projectos. Além da construção habitual nos grandes centros urbanos, assistimos a um florescer de empreendimentos em zonas de menor densidade populacional. Estes novos imóveis focam-se mais no espaço, tanto interior como exterior, privilegiando a presença de jardins, escritórios privativos e zonas para ginásios ou estúdios de ioga.
Por outro lado, no mercado de arrendamentos, as características que antes atraíam inquilinos – proximidade às soluções de transporte e às áreas empresariais – já não são tão decisivas. O que importa agora são as boas condições internas da casa e a proximidade a serviços de lazer e cultura.
De forma intrigante, uma mudança menos esperada é a revalorização de imóveis em zonas anteriormente vistas como de classe inferior. Estas áreas vistas como 'mortas' para o mercado estão a passar por um processo de revitalização, à medida que se tornam atrativas para uma nova franja de profissionais que procura espaços amplos e acessíveis.
As agências imobiliárias, por sua vez, tiveram que adaptar as suas estratégias de marketing. As visitas virtuais tornaram-se norma, permitindo que potenciais compradores ou arrendatários visualizem as casas de qualquer ponto do país (ou mundo), sem deslocações desnecessárias.
Ainda que o futuro do teletrabalho possa ver algumas reviravoltas – à medida que empregadores avaliam a eficiência desta prática prolongada – é indiscutível que a sua pegada no mercado imobiliário português já se fez sentir profundamente.
Este fenómeno de deslocamento urbano por motivos laborais ressoou fortemente na sociedade, provocando diálogos sobre economia, infraestruturas e até sobre a própria definição de trabalho e lazer. O que é certo é que, numa realidade pós-pandémica, Portugal está a redefinir os seus espaços de coexistência e interação, com o teletrabalho a ditar novas regras e a abrir novas possibilidades.
A crescente tendência de trabalho remoto está a levar as pessoas a reconsiderarem as suas localizações residenciais. Não estando mais presas às cidades onde os seus escritórios estão localizados, muitos portugueses estão a desafiar os padrões urbanos tradicionais. Há um êxodo gradual das grandes metrópoles como Lisboa e Porto para cidades de menor dimensão ou mesmo para vilas e aldeias, onde a qualidade de vida é frequentemente melhor e os custos substancialmente menores.
Essas pequenas cidades têm-se aproveitado da situação, investindo em infraestruturas que atraem estes novos residentes. A disponibilização de internet de alta velocidade e a criação de espaços de co-working tornaram-se prioridades para as autarquias, numa tentativa de integrar eficientemente estas novas dinâmicas de trabalho.
Os promotores imobiliários, cientes desta transformação, começaram a diversificar os seus projectos. Além da construção habitual nos grandes centros urbanos, assistimos a um florescer de empreendimentos em zonas de menor densidade populacional. Estes novos imóveis focam-se mais no espaço, tanto interior como exterior, privilegiando a presença de jardins, escritórios privativos e zonas para ginásios ou estúdios de ioga.
Por outro lado, no mercado de arrendamentos, as características que antes atraíam inquilinos – proximidade às soluções de transporte e às áreas empresariais – já não são tão decisivas. O que importa agora são as boas condições internas da casa e a proximidade a serviços de lazer e cultura.
De forma intrigante, uma mudança menos esperada é a revalorização de imóveis em zonas anteriormente vistas como de classe inferior. Estas áreas vistas como 'mortas' para o mercado estão a passar por um processo de revitalização, à medida que se tornam atrativas para uma nova franja de profissionais que procura espaços amplos e acessíveis.
As agências imobiliárias, por sua vez, tiveram que adaptar as suas estratégias de marketing. As visitas virtuais tornaram-se norma, permitindo que potenciais compradores ou arrendatários visualizem as casas de qualquer ponto do país (ou mundo), sem deslocações desnecessárias.
Ainda que o futuro do teletrabalho possa ver algumas reviravoltas – à medida que empregadores avaliam a eficiência desta prática prolongada – é indiscutível que a sua pegada no mercado imobiliário português já se fez sentir profundamente.
Este fenómeno de deslocamento urbano por motivos laborais ressoou fortemente na sociedade, provocando diálogos sobre economia, infraestruturas e até sobre a própria definição de trabalho e lazer. O que é certo é que, numa realidade pós-pandémica, Portugal está a redefinir os seus espaços de coexistência e interação, com o teletrabalho a ditar novas regras e a abrir novas possibilidades.