Seguros

Energia

Telecomunicações

Energia Solar

Aparelhos Auditivos

Créditos

Educação

Seguro de Animais de Estimação

Blogue

Seguros em Portugal: o que mudou com a digitalização e como proteger o seu património

A indústria seguradora portuguesa atravessa uma transformação profunda, impulsionada pela digitalização e pelas novas exigências dos consumidores. Nos últimos anos, assistimos a uma revolução silenciosa que está a redefinir a forma como protegemos os nossos bens e a nossa saúde.

As seguradoras tradicionais enfrentam o desafio de se adaptarem a um mercado cada vez mais competitivo, onde as insurtechs – startups especializadas em seguros – ganham terreno com soluções inovadoras e preços mais acessíveis. Esta mudança não é apenas tecnológica, mas também cultural: os portugueses estão mais informados e exigentes na hora de escolher as suas apólices.

Um dos sectores que mais evoluiu foi o dos seguros automóvel. Com a telemetria e os dispositivos connected car, as companhias conseguem agora personalizar os prémios consoante o comportamento ao volante. Quem conduz de forma segura paga menos, num sistema que recompensa a responsabilidade. Esta inovação trouxe transparência ao mercado, mas também levantou questões sobre privacidade e proteção de dados.

No segmento da saúde, a pandemia acelerou a adopção de seguros que cobrem consultas online e telemedicina. Muitas famílias portuguesas descobriram a importância de ter uma rede de apoio além do Serviço Nacional de Saúde, especialmente em momentos de crise. As apólices de saúde tornaram-se mais flexíveis, permitindo a escolha de médicos e hospitais sem as limitações do passado.

Os seguros multirriscos habitacionais também sofreram alterações significativas. Com as mudanças climáticas a aumentarem a frequência de eventos extremos – como incêndios e inundações – as seguradoras tiveram de recalibrar os seus modelos de risco. Muitas passaram a incluir coberturas para catástrofes naturais que antes eram excluídas, mas os prémios subiram em zonas consideradas de alto risco.

Para os mais jovens, surgiram produtos adaptados às novas realidades económicas. Seguros de telemóvel, por exemplo, tornaram-se populares entre quem investe em smartphones de alta gama. Já os seguros de responsabilidade civil para quem pratica desportos radicais ou tem animais de estimação reflectem um mercado mais segmentado e consciente dos riscos específicos de cada estilo de vida.

A literacia financeira dos portugueses melhorou, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Muitos consumidores subscrevem apólices sem compreenderem totalmente as cláusulas e exclusões, o que pode levar a surpresas desagradáveis na hora de reclamar. Especialistas recomendam a leitura cuidadosa dos contratos e a comparação de várias propostas antes de decidir.

O papel dos mediadores de seguros também mudou. Se antes eram essenciais para explicar produtos complexos, hoje enfrentam a concorrência das plataformas online que permitem a contratação directa. No entanto, o aconselhamento personalizado mantém-se valioso para casos específicos ou para clientes com necessidades especiais.

O futuro dos seguros em Portugal passa pela inteligência artificial e pela análise preditiva. As companhias estão a investir em algoritmos que antecipam sinistros e permitem preveni-los, mudando o foco da reparação para a prevenção. Esta abordagem proactiva beneficia tanto as seguradoras – que reduzem custos – como os clientes – que evitam transtornos.

Em conclusão, o mercado segurador português está mais dinâmico e orientado para o consumidor do que nunca. A chave para aproveitar estas inovações está na informação: conhecer as opções, comparar preços e compreender as condições são passos essenciais para uma proteção eficaz do património e da saúde.

Tags