Seguros em Portugal: o que os portugueses realmente precisam saber sobre proteção financeira
A chuva cai forte sobre Lisboa enquanto Maria, empresária de 42 anos, revisita as fotografias do seu restaurante destruído pelas cheias do último inverno. 'Se não tivesse o seguro multirriscos, estava falida', confessa, enquanto mostra as imagens do estabelecimento inundado. Esta é apenas uma das muitas histórias que revelam como os seguros se tornaram uma rede de segurança essencial numa economia cada vez mais volátil.
Nos últimos meses, os portugueses têm sido confrontados com notícias preocupantes sobre o sector segurador. Desde os aumentos nos prémios dos seguros automóveis até às novas coberturas para ciberataques, o panorama está em constante mutação. O que muitos não percebem é que estas mudanças reflectem transformações mais profundas na sociedade portuguesa.
A digitalização forçada pela pandemia trouxe novos riscos que poucos antecipavam. Empresas que nunca pensaram precisar de seguros de responsabilidade civil digital descobriram-se vulneráveis a ataques informáticos que paralisaram operações durante dias. 'Vimos pequenas empresas perderem dados cruciais porque subestimaram os riscos digitais', explica João Silva, corretor de seguros com 25 anos de experiência.
O mercado habitacional apresenta desafios igualmente complexos. Com o aumento dos preços das casas, muitos portugueses subseguram as suas propriedades, ignorando que a valorização do imobiliário exige actualizações regulares das apólices. 'As pessoas compram casa por 200 mil euros e, cinco anos depois, vale 300 mil, mas mantêm a mesma cobertura', alerta Sofia Martins, especialista em seguros prediais.
Nos seguros de saúde, assiste-se a uma dualidade preocupante. Enquanto os mais jovens optam por seguros básicos ou mesmo pela exclusiva dependência do SNS, a geração mais velha enfrenta prémios cada vez mais elevados. 'Há uma assimetria geracional no acesso aos cuidados de saúde privados que pode ter consequências sociais sérias', adverte o economista Rui Costa.
O sector automóvel vive o seu próprio drama. Os frequentes aumentos nos prémios não reflectem apenas o custo das reparações, mas também mudanças nos padrões de condução pós-pandemia. 'As pessoas conduzem menos, mas quando o fazem, tendem a ser mais distraídas', revela um estudo da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.
Para as empresas, os seguros de crédito tornaram-se instrumentos cruciais de gestão de risco. Num contexto de incerteza económica global, proteger-se contra a insolvência de clientes deixou de ser um luxo para se tornar uma necessidade. 'Empresas que antes consideravam estes seguros desnecessários estão agora a rever as suas posições', confirma Ana Lopes, gestora de risco de uma multinacional portuguesa.
Os seguros agrícolas representam outro capítulo crítico. Com as alterações climáticas a provocarem fenómenos meteorológicos extremos, os agricultores enfrentam riscos sem precedentes. 'As securas contra granizo e seca tornaram-se tão essenciais como as sementes', diz um produtor do Alentejo que perdeu 80% da sua colheita no ano passado.
A revolução dos seguros parametrizados, que pagam automaticamente quando ocorrem eventos específicos, está a ganhar terreno em Portugal. Estes produtos, ainda pouco conhecidos do grande público, podem revolucionar a forma como nos protegemos contra catástrofes naturais e outros eventos imprevisíveis.
Os seguros de vida também estão em transformação. Além da cobertura básica, muitos portugueses procuram agora produtos que combinem protecção com poupança e investimento. 'As pessoas querem soluções integradas que respondam a diferentes necessidades ao longo da vida', explica um gestor de produtos de uma seguradora líder.
O envelhecimento da população traz novos desafios ao sector. Seguros de dependência e produtos específicos para a terceira idade tornam-se cada vez mais relevantes num país onde a esperança de vida continua a aumentar. 'Preparar a reforma já não é só poupar dinheiro, é também garantir protecção para os anos em que podemos precisar de mais cuidados', sublinha uma especialista em seguros para seniores.
A regulação do sector está igualmente em evolução. Novas directivas europeias e a supervisão mais apertada da ASF estão a moldar um mercado mais transparente e protector dos consumidores. 'Os clientes hoje têm mais informação e exigem mais dos seus seguros', reconhece o presidente de uma associação de seguradoras.
A tecnologia promete revolucionar completamente a experiência do seguro. Desde a utilização de inteligência artificial na avaliação de sinistros até às apólices dinâmicas que se adaptam ao comportamento do segurado, o futuro está a chegar mais rápido do que muitos imaginam.
Para os portugueses, a mensagem é clara: compreender os seguros já não é opcional. Num mundo de riscos crescentes e complexos, a protecção adequada pode fazer a diferença entre a recuperação e a ruína. Como diz o velho ditado dos marinheiros: 'É melhor ter e não precisar, do que precisar e não ter'.
Nos últimos meses, os portugueses têm sido confrontados com notícias preocupantes sobre o sector segurador. Desde os aumentos nos prémios dos seguros automóveis até às novas coberturas para ciberataques, o panorama está em constante mutação. O que muitos não percebem é que estas mudanças reflectem transformações mais profundas na sociedade portuguesa.
A digitalização forçada pela pandemia trouxe novos riscos que poucos antecipavam. Empresas que nunca pensaram precisar de seguros de responsabilidade civil digital descobriram-se vulneráveis a ataques informáticos que paralisaram operações durante dias. 'Vimos pequenas empresas perderem dados cruciais porque subestimaram os riscos digitais', explica João Silva, corretor de seguros com 25 anos de experiência.
O mercado habitacional apresenta desafios igualmente complexos. Com o aumento dos preços das casas, muitos portugueses subseguram as suas propriedades, ignorando que a valorização do imobiliário exige actualizações regulares das apólices. 'As pessoas compram casa por 200 mil euros e, cinco anos depois, vale 300 mil, mas mantêm a mesma cobertura', alerta Sofia Martins, especialista em seguros prediais.
Nos seguros de saúde, assiste-se a uma dualidade preocupante. Enquanto os mais jovens optam por seguros básicos ou mesmo pela exclusiva dependência do SNS, a geração mais velha enfrenta prémios cada vez mais elevados. 'Há uma assimetria geracional no acesso aos cuidados de saúde privados que pode ter consequências sociais sérias', adverte o economista Rui Costa.
O sector automóvel vive o seu próprio drama. Os frequentes aumentos nos prémios não reflectem apenas o custo das reparações, mas também mudanças nos padrões de condução pós-pandemia. 'As pessoas conduzem menos, mas quando o fazem, tendem a ser mais distraídas', revela um estudo da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.
Para as empresas, os seguros de crédito tornaram-se instrumentos cruciais de gestão de risco. Num contexto de incerteza económica global, proteger-se contra a insolvência de clientes deixou de ser um luxo para se tornar uma necessidade. 'Empresas que antes consideravam estes seguros desnecessários estão agora a rever as suas posições', confirma Ana Lopes, gestora de risco de uma multinacional portuguesa.
Os seguros agrícolas representam outro capítulo crítico. Com as alterações climáticas a provocarem fenómenos meteorológicos extremos, os agricultores enfrentam riscos sem precedentes. 'As securas contra granizo e seca tornaram-se tão essenciais como as sementes', diz um produtor do Alentejo que perdeu 80% da sua colheita no ano passado.
A revolução dos seguros parametrizados, que pagam automaticamente quando ocorrem eventos específicos, está a ganhar terreno em Portugal. Estes produtos, ainda pouco conhecidos do grande público, podem revolucionar a forma como nos protegemos contra catástrofes naturais e outros eventos imprevisíveis.
Os seguros de vida também estão em transformação. Além da cobertura básica, muitos portugueses procuram agora produtos que combinem protecção com poupança e investimento. 'As pessoas querem soluções integradas que respondam a diferentes necessidades ao longo da vida', explica um gestor de produtos de uma seguradora líder.
O envelhecimento da população traz novos desafios ao sector. Seguros de dependência e produtos específicos para a terceira idade tornam-se cada vez mais relevantes num país onde a esperança de vida continua a aumentar. 'Preparar a reforma já não é só poupar dinheiro, é também garantir protecção para os anos em que podemos precisar de mais cuidados', sublinha uma especialista em seguros para seniores.
A regulação do sector está igualmente em evolução. Novas directivas europeias e a supervisão mais apertada da ASF estão a moldar um mercado mais transparente e protector dos consumidores. 'Os clientes hoje têm mais informação e exigem mais dos seus seguros', reconhece o presidente de uma associação de seguradoras.
A tecnologia promete revolucionar completamente a experiência do seguro. Desde a utilização de inteligência artificial na avaliação de sinistros até às apólices dinâmicas que se adaptam ao comportamento do segurado, o futuro está a chegar mais rápido do que muitos imaginam.
Para os portugueses, a mensagem é clara: compreender os seguros já não é opcional. Num mundo de riscos crescentes e complexos, a protecção adequada pode fazer a diferença entre a recuperação e a ruína. Como diz o velho ditado dos marinheiros: 'É melhor ter e não precisar, do que precisar e não ter'.