Seguros: o que os portugueses não sabem sobre as coberturas que contratam
Num país onde o seguro automóvel é obrigatório e o seguro de saúde se tornou quase um bem de primeira necessidade, milhões de portugueses assinam apólices todos os anos sem realmente compreenderem o que estão a comprar. A complexidade das letras pequenas, os termos técnicos indecifráveis e a pressa na contratação criam uma perigosa ilusão de proteção que pode desmoronar-se no momento mais crítico.
Investigações recentes revelam que cerca de 65% dos segurados nunca leram na íntegra as condições gerais dos seus seguros. A maioria limita-se a confiar no mediador ou no agente que lhes vendeu o produto, assumindo que está coberta para situações que, na realidade, estão excluídas das apólices. Este fenómeno é particularmente preocupante nos seguros de saúde, onde as expectativas dos clientes frequentemente colidem com a realidade das coberturas contratadas.
Os seguros de vida indexados a fundos de investimento representam outro campo minado para os consumidores. Muitas famílias portuguesas descobrem demasiado tarde que os rendimentos prometidos estão longe de ser garantidos e que as comissões de gestão podem corroer significativamente o capital investido. A falta de transparência na comunicação destes produtos financeiros complexos tem sido alvo de críticas por parte das autoridades de supervisão.
No universo dos seguros multirriscos habitacionais, as surpresas desagradáveis surgem frequentemente quando ocorre um sinistro. Os portugueses tendem a subestimar a importância de declarar o valor correto dos bens segurados e de atualizar regularmente as apólices. Esta negligência pode resultar em indemnizações substancialmente inferiores ao prejuízo real, deixando as famílias em situações financeiramente complicadas.
O mercado de seguros para pequenas e médias empresas apresenta desafios ainda mais complexos. Muitos empresários contratam seguros de responsabilidade civil ou de crédito sem compreenderem plenamente as exclusões e limitações. Quando ocorrem problemas com clientes ou fornecedores, descobrem que a proteção que imaginavam ter não cobre efetivamente os riscos do seu negócio.
A digitalização do sector trouxe novas oportunidades mas também novos riscos. Os seguros cyber, cada vez mais necessários numa economia digital, são ainda um território pouco conhecido pela maioria das empresas portuguesas. Muitas PME subestimam a sua vulnerabilidade a ciberataques e a importância de uma cobertura adequada para este tipo de riscos.
A regulação do sector tem evoluído no sentido de maior proteção ao consumidor, mas o ritmo da inovação dos produtos financeiros supera frequentemente a capacidade de supervisão. As seguradoras desenvolvem produtos cada vez mais complexos, enquanto os consumidores mantêm um nível de literacia financeira insuficiente para os compreender na totalidade.
Os mediadores de seguros desempenham um papel crucial nesta equação, mas a sua formação e os seus incentivos comerciais nem sempre estão alinhados com os melhores interesses dos clientes. A comissão por venda pode, em alguns casos, levar à recomendação de produtos mais lucrativos para o mediador mas menos adequados para as necessidades reais do segurado.
A pandemia veio revelar outras fragilidades no sistema. Muitos seguros de saúde mostraram limitações inesperadas na cobertura de telemedicina ou no acesso a especialistas em situações de crise. Os seguros de cancelamento de viagens tornaram-se num pesadelo para milhares de portugueses, com seguradoras e clientes a interpretarem de forma diferente as cláusulas de force majeure.
O futuro dos seguros em Portugal passa necessariamente por uma maior educação financeira da população e por uma transparência radical por parte das seguradoras. Tecnologias como a inteligência artificial e o blockchain prometem revolucionar a forma como os seguros são contratados e geridos, mas também trazem novos desafios em termos de proteção de dados e privacidade.
Os consumidores portugueses precisam de assumir um papel mais ativo na contratação de seguros, questionando, comparando e exigindo explicações claras sobre o que estão a comprar. As seguradoras, por seu lado, têm a responsabilidade de simplificar a linguagem das apólices e de garantir que os clientes compreendem realmente a proteção que estão a adquirir.
No final, um seguro é uma promessa de proteção num momento de necessidade. Garantir que esta promessa é cumprida requer esforço de ambas as partes – quem vende e quem compra. A confiança cega num contrato que não se compreende é um risco que nenhum português deveria correr.
Investigações recentes revelam que cerca de 65% dos segurados nunca leram na íntegra as condições gerais dos seus seguros. A maioria limita-se a confiar no mediador ou no agente que lhes vendeu o produto, assumindo que está coberta para situações que, na realidade, estão excluídas das apólices. Este fenómeno é particularmente preocupante nos seguros de saúde, onde as expectativas dos clientes frequentemente colidem com a realidade das coberturas contratadas.
Os seguros de vida indexados a fundos de investimento representam outro campo minado para os consumidores. Muitas famílias portuguesas descobrem demasiado tarde que os rendimentos prometidos estão longe de ser garantidos e que as comissões de gestão podem corroer significativamente o capital investido. A falta de transparência na comunicação destes produtos financeiros complexos tem sido alvo de críticas por parte das autoridades de supervisão.
No universo dos seguros multirriscos habitacionais, as surpresas desagradáveis surgem frequentemente quando ocorre um sinistro. Os portugueses tendem a subestimar a importância de declarar o valor correto dos bens segurados e de atualizar regularmente as apólices. Esta negligência pode resultar em indemnizações substancialmente inferiores ao prejuízo real, deixando as famílias em situações financeiramente complicadas.
O mercado de seguros para pequenas e médias empresas apresenta desafios ainda mais complexos. Muitos empresários contratam seguros de responsabilidade civil ou de crédito sem compreenderem plenamente as exclusões e limitações. Quando ocorrem problemas com clientes ou fornecedores, descobrem que a proteção que imaginavam ter não cobre efetivamente os riscos do seu negócio.
A digitalização do sector trouxe novas oportunidades mas também novos riscos. Os seguros cyber, cada vez mais necessários numa economia digital, são ainda um território pouco conhecido pela maioria das empresas portuguesas. Muitas PME subestimam a sua vulnerabilidade a ciberataques e a importância de uma cobertura adequada para este tipo de riscos.
A regulação do sector tem evoluído no sentido de maior proteção ao consumidor, mas o ritmo da inovação dos produtos financeiros supera frequentemente a capacidade de supervisão. As seguradoras desenvolvem produtos cada vez mais complexos, enquanto os consumidores mantêm um nível de literacia financeira insuficiente para os compreender na totalidade.
Os mediadores de seguros desempenham um papel crucial nesta equação, mas a sua formação e os seus incentivos comerciais nem sempre estão alinhados com os melhores interesses dos clientes. A comissão por venda pode, em alguns casos, levar à recomendação de produtos mais lucrativos para o mediador mas menos adequados para as necessidades reais do segurado.
A pandemia veio revelar outras fragilidades no sistema. Muitos seguros de saúde mostraram limitações inesperadas na cobertura de telemedicina ou no acesso a especialistas em situações de crise. Os seguros de cancelamento de viagens tornaram-se num pesadelo para milhares de portugueses, com seguradoras e clientes a interpretarem de forma diferente as cláusulas de force majeure.
O futuro dos seguros em Portugal passa necessariamente por uma maior educação financeira da população e por uma transparência radical por parte das seguradoras. Tecnologias como a inteligência artificial e o blockchain prometem revolucionar a forma como os seguros são contratados e geridos, mas também trazem novos desafios em termos de proteção de dados e privacidade.
Os consumidores portugueses precisam de assumir um papel mais ativo na contratação de seguros, questionando, comparando e exigindo explicações claras sobre o que estão a comprar. As seguradoras, por seu lado, têm a responsabilidade de simplificar a linguagem das apólices e de garantir que os clientes compreendem realmente a proteção que estão a adquirir.
No final, um seguro é uma promessa de proteção num momento de necessidade. Garantir que esta promessa é cumprida requer esforço de ambas as partes – quem vende e quem compra. A confiança cega num contrato que não se compreende é um risco que nenhum português deveria correr.