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Seguro para animais de estimação: o guia definitivo que todos os tutores portugueses precisam de ler

Num país onde mais de metade dos lares tem pelo menos um animal de companhia, a realidade dos custos veterinários continua a ser o elefante na sala que ninguém quer discutir. Enquanto acariciamos os nossos fiéis companheiros, poucos estão preparados para o momento em que uma simples consulta se transforma numa conta de três dígitos – ou pior.

A verdade crua é que a medicina veterinária em Portugal evoluiu a um ritmo estonteante. O que antes eram tratamentos básicos transformaram-se em procedimentos de alta tecnologia: ressonâncias magnéticas, quimioterapias, cirurgias ortopédicas complexas. E com a tecnologia vieram preços que deixariam qualquer tutor de queixo caído.

Imagine esta cena: o seu cão, até há poucos minutos a correr alegremente no parque, começa a coxear subitamente. A visita ao veterinário revela uma ruptura do ligamento cruzado. O tratamento? Cirurgia especializada que pode custar entre 800 a 1500 euros. Sem aviso prévio, sem tempo para poupar, sem rede de segurança.

É aqui que entra o seguro para animais de estimação – não como um luxo, mas como uma ferramenta essencial de planeamento familiar. Contrariamente ao que muitos pensam, estes seguros não se limitam a cobrir acidentes. As melhores apólices incluem consultas de rotina, vacinas, desparasitações e até tratamentos dentários.

Os números falam por si: enquanto em países como o Reino Unido e a Suécia mais de 25% dos animais têm seguro, em Portugal essa percentagem mal chega aos 5%. Esta discrepância não reflete falta de amor pelos animais, mas sim uma lacuna informativa gritante.

O mercado português oferece hoje opções adaptadas a todas as realidades económicas. Desde planos básicos que cobrem apenas acidentes (a partir de 5 euros mensais) até coberturas completas que incluem até behavioral therapy e tratamentos alternativos como acupuntura veterinária.

Mas como escolher? A primeira regra é: leia a letra pequena. Algumas apólices excluem raças consideradas de risco, outras têm períodos de carência prolongados para certas condições. A idade do animal também é fator decisivo – muitos seguros não aceitam animais com mais de 8 anos, daí a importância de contratar cedo.

Os especialistas são unânimes: o ideal é contratar o seguro quando o animal é jovem e saudável. Assim evita exclusões por condições preexistentes e garante proteção durante toda a vida do seu companheiro.

E porque é que tantos tutores ainda resistem? O psicólogo animal Dr. Miguel Santos explica: "Há uma crença profundamente enraizada de que 'isso não vai acontecer ao meu animal'. É o mesmo mecanismo que leva as pessoas a não fazerem seguros de vida. É uma negação da mortalidade e da vulnerabilidade."

Os testemunhos de quem passou por sustos financeiros são elucidativos. Carla, tutora de um golden retriever de 3 anos, partilha: "O meu Loki engoliu uma bola de tênis inteira. A cirurgia de emergência custou 1200 euros. Se não tivesse seguro, teria de escolher entre a vida dele e endividar-me."

Para famílias com múltiplos animais, algumas seguradoras oferecem descontos para vários pets – uma vantagem que pode fazer a diferença no orçamento mensal.

O futuro? Os especialistas preveem que dentro de cinco anos, o seguro para animais será tão comum como o seguro automóvel. Com a humanização dos pets e o aumento dos custos veterinários, a questão deixará de ser 'se vale a pena' para ser 'que plano escolher'.

Enquanto isso, a mensagem é clara: amar um animal é também planejar o seu bem-estar a longo prazo. Porque o melhor presente que podemos dar aos nossos companheiros de quatro patas é a segurança de que, não importa o que aconteça, eles terão sempre acesso aos melhores cuidados.

Afinal, como diz o velho ditado: mais vale prevenir do que remediar. E no caso dos nossos animais, remediar pode custar muito mais do que imagina.

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