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Seguro para animais de estimação: o guia que todos os donos portugueses precisam de ler

Imagine este cenário: o seu cão, o seu companheiro fiel, começa a coxear de repente. Leva-o ao veterinário e descobre que precisa de uma cirurgia urgente que custa mais de mil euros. Esta não é uma história fictícia - acontece todos os dias em consultórios veterinários por todo o país. E enquanto a maioria dos portugueses considera os seus animais de estimação como membros da família, poucos estão preparados para os custos inesperados dos cuidados de saúde animal.

A verdade é que a medicina veterinária evoluiu dramaticamente na última década. Hoje, os nossos animais podem beneficiar de tratamentos que antes só estavam disponíveis para humanos: ressonâncias magnéticas, quimioterapia, cirurgias cardíacas complexas. Mas este avanço tem um preço - um preço que muitos donos não conseguem suportar quando confrontados com uma emergência.

O mercado de seguros para animais em Portugal ainda está na sua infância comparado com outros países europeus. No Reino Unido, por exemplo, mais de 25% dos cães têm seguro de saúde. Em Portugal, essa percentagem é significativamente menor. Porquê? Falta de informação, perceção de custos elevados e o mito de que "o meu animal nunca vai ficar doente" são alguns dos fatores que contribuem para esta realidade.

Mas vamos aos números: uma consulta de urgência pode custar entre 50 a 100 euros. Uma cirurgia de rotina, como a remoção de um corpo estranho ingerido acidentalmente, pode ultrapassar os 500 euros. E tratamentos mais complexos, como a quimioterapia para um cancro diagnosticado, podem facilmente atingir os 3000 euros ou mais. São valores que fazem qualquer orçamento familiar tremer.

Existem diferentes tipos de seguros disponíveis no mercado português. Os seguros básicos cobrem normalmente acidentes e doenças agudas. Os seguros intermédios incluem também consultas de rotina e vacinas. E os seguros premium podem cobrir tudo, desde tratamentos dentários até fisioterapia. A escolha depende do seu animal, do seu estilo de vida e, claro, do seu orçamento.

Um aspeto crucial que muitos donos ignoram: a idade do animal na altura da contratação do seguro. Quanto mais novo for o seu companheiro, mais baixo será o prémio mensal. E mais importante: menos condições pré-existentes terá, o que significa menos exclusões na apólice. Esperar até o animal desenvolver problemas de saúde para pensar em seguro é como tentar comprar um guarda-chuva quando já está a chover.

As exclusões são outro ponto que merece atenção redobrada. Leia a letra pequena. Muitos seguros não cobrem condições hereditárias ou congénitas em certas raças. Outros têm períodos de carência para determinadas condições. E quase todos excluem cuidados relacionados com a gravidez e parto, a menos que especificamente incluídos.

O processo de escolha deve começar por uma análise honesta das necessidades do seu animal. Um gato que vive exclusivamente dentro de casa tem riscos diferentes de um cão que acompanha o dono em caminhadas pela serra. Um animal de raça com predisposição para certas doenças pode beneficiar de uma cobertura mais abrangente. Um animal sénior, embora com prémios mais elevados, pode ser exatamente quem mais precisa da proteção.

As seguradoras portuguesas têm vindo a adaptar os seus produtos à realidade nacional. Já existem opções desde 10 euros mensais para coberturas básicas, até 40 euros ou mais para proteção total. E o processo de reembolso tem-se simplificado, com algumas empresas a oferecer pagamento direto ao veterinário, poupando ao dono o avanço do valor total.

Testemunhos de donos que já passaram por situações de emergência são unânimes: o seguro não é uma despesa, é um investimento em paz de espírito. Saber que, independentemente do que aconteça, o seu animal terá acesso aos melhores cuidados sem que isso signifique um rombo financeiro familiar, não tem preço.

O futuro dos seguros para animais em Portugal parece promissor. Com a crescente humanização dos pets e o aumento dos custos veterinários, cada vez mais portugueses estão a considerar esta proteção. As seguradoras, por seu lado, estão a desenvolver produtos mais flexíveis e adaptados às diferentes realidades dos donos portugueses.

No final, a decisão resume-se a uma questão: até que ponto está disposto a arriscar a saúde do seu companheiro e a estabilidade financeira da sua família? Porque quando o imprevisto acontece - e acontece mais frequentemente do que gostaríamos de admitir - a diferença entre o desespero e a solução pode estar numa simples apólice de seguro.

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