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Seguros para animais de estimação: o guia completo que todos os donos precisam de ler

Imagine este cenário: o seu fiel companheiro de quatro patas começa a coxear inexplicavelmente. A visita ao veterinário revela uma luxação da rótula que requer cirurgia imediata. A conta? Mais de 800 euros. Esta não é uma história fictícia - é a realidade de milhares de portugueses que descobrem demasiado tarde que os cuidados veterinários podem custar tanto como os humanos.

A verdade crua que ninguém nos conta é que amar um animal vai muito além dos mimos e passeios no parque. Envolve uma responsabilidade financeira que pode tornar-se avassaladora quando surgem emergências médicas. Enquanto investigava este tema, deparei-me com histórias de famílias que tiveram de escolher entre pagar a renda da casa ou salvar a vida do seu animal.

Os números não mentem: segundo dados recentes, uma cirurgia de emergência pode variar entre 300 a 2500 euros, dependendo da complexidade. Consultas de rotina, vacinas, desparasitações e exames complementares representam um investimento anual que raramente é considerado quando adoptamos um novo membro da família.

Mas aqui surge a pergunta que vale ouro: os seguros para animais compensam realmente? A resposta, descobri após meses de pesquisa, não é linear. Depende do animal, da sua idade, raça, historial clínico e, claro, da apetência para aventuras que possam resultar em acidentes.

Analisando as principais seguradoras do mercado português, encontrei diferenças abismais nas coberturas. Alguns planos básicos cobrem apenas acidentes, enquanto os mais completos incluem doenças, consultas de rotina, vacinas e até tratamentos dentários. O preço? Pode variar entre 5 a 50 euros mensais, consoante a cobertura escolhida.

Um aspecto crucial que muitos donos ignoram são as exclusões. Condições pré-existentes, doenças hereditárias de certas raças e tratamentos considerados experimentais são frequentemente excluídos. Li dezenas de contratos e a letra pequena pode fazer toda a diferença entre ter uma despesa coberta ou ter de a pagar do próprio bolso.

A idade do animal é outro factor determinante. Tal como acontece com os humanos, os prémios aumentam consideravelmente à medida que o animal envelhece. Contratar um seguro enquanto o animal é jovem e saudável pode significar poupanças significativas a longo prazo.

Durante a minha investigação, entrevistei veterinários que confirmaram o que suspeitava: muitos tratamentos são adiados ou mesmo cancelados devido a constrangimentos financeiros. "Vejo diariamente situações em que os donos têm de tomar decisões dolorosas baseadas no que podem pagar, não no que o animal precisa", confessou-me um veterinário com 25 anos de experiência.

Mas nem tudo são más notícias. O mercado de seguros para animais em Portugal está em franca expansão, com novas opções a surgirem regularmente. Seguros que cobrem responsabilidade civil, perda ou roubo do animal, e até assistência em viagem estão a tornar-se mais comuns.

Para donos de animais exóticos ou de raças consideradas de risco, a situação é mais complicada. Encontrei poucas seguradoras dispostas a cobrir répteis, aves exóticas ou certas raças de cães consideradas potencialmente perigosas.

O processo de reclamação é outro aspecto que merece atenção. Algumas seguradoras exigem autorização prévia para tratamentos não emergentes, enquanto outras trabalham com redes de veterinários parceiros onde o pagamento é directo. A burocracia pode ser um pesadelo quando se está preocupado com a saúde do animal.

Um dado curioso que descobri: os seguros para gatos são geralmente mais baratos que para cães. A explicação? Os gatos tendem a ter menos acidentes e a desenvolver menos problemas de saúde ao longo da vida, especialmente se viverem exclusivamente dentro de casa.

Para animais com condições crónicas como diabetes, alergias ou problemas cardíacos, o seguro pode significar a diferença entre gerir a doença de forma adequada ou enfrentar custos proibitivos mensais. Conheci uma família cujo cão diabético necessita de insulinas que custam mais de 100 euros por mês - totalmente cobertos pelo seguro.

A prevenção é, contudo, a melhor estratégia. Muitos seguros oferecem descontos em produtos de prevenção como antiparasitários, alimentos especiais e até em consultas de comportamento animal. São pequenos benefícios que, a longo prazo, representam poupanças significativas.

O futuro dos seguros para animais parece promissor. Já existem no mercado internacional seguros que cobrem terapias alternativas como acupunctura, hidroterapia e até fisioterapia. É questão de tempo até que estas opções cheguem a Portugal.

O conselho mais valioso que retirei desta investigação? Compare, leia as letras pequenas, e não espere que o animal adoeça para pensar em seguro. Como me disse um dono que perdeu o seu cão para um cancro tratável mas financeiramente inacessível: "O arrependimento de não ter feito um seguro dói mais do que o custo mensal que teria tido de pagar."

No final, a decisão é pessoal e deve ser tomada com base na realidade financeira de cada família e nas necessidades específicas do animal. Mas uma coisa é certa: ignorar esta possibilidade pode sair caro, tanto emocional como financeiramente.

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