Nos últimos anos, a transformação digital tem-se tornado um tema central para as empresas em todo o mundo, e Portugal não é exceção. À medida que a tecnologia avança, as organizações são forçadas a adaptar-se, adotando novas soluções digitais para se manterem competitivas. No entanto, na busca por eficiência e modernização, uma nova preocupação tem emergido: a sustentabilidade. Como podemos garantir que a inovação tecnológica caminha de mãos dadas com a responsabilidade ambiental?
Foi preciso enfrentar uma pandemia global para acelerar muitos processos de digitalização. As empresas foram obrigadas a repensar os seus modelos de operação, passando a integrar rapidamente ferramentas de trabalho remoto, plataformas de comunicação digital e soluções baseadas em nuvem. De acordo com um estudo recente do Eurostat, Portugal registou um aumento de cerca de 30% no uso de tecnologias digitais só no primeiro ano de pandemia.
Contudo, à medida que as empresas adotam novas tecnologias, é crucial considerar o impacto ambiental. A pegada energética associada à infraestrutura digital é significativa, e a pressão para encontrar soluções mais verdes está a crescer. Muitas organizações estão agora a procurar fornecedores e tecnologias que priorizem a eficiência energética e a sustentabilidade.
Várias startups portuguesas têm estado na vanguarda deste movimento, desenvolvendo soluções inovadoras que integram a sustentabilidade no seu core business. Um exemplo é a Energy Solutions, uma jovem empresa que utiliza inteligência artificial para otimizar o consumo de energia em edifícios empresariais, resultando em economias consideráveis de energia e redução de emissões de carbono.
Para além disso, projetos colaborativos entre empresas e instituições de ensino têm sido fundamentais para promover a investigação e desenvolvimento de tecnologias verdes. A Universidade do Porto, em parceria com diversas empresas de tecnologia, tem investido em programas de pesquisa que visam encontrar soluções práticas e escaláveis para os desafios ambientais enfrentados pelas organizações modernas.
O governo português também tem desempenhado um papel crítico ao incentivar a transformação digital sustentável através de políticas e incentivos fiscais. O lançamento do Programa de Apoio à Transformação Digital Sustentável em 2021 viabilizou milhões de euros em financiamento para iniciativas empresariais que promovem a sustentabilidade ambiental juntamente com a digitalização.
Uma área que não pode ser ignorada é a da educação e formação de profissionais. À medida que as empresas avançam na sua transformação digital, a necessidade de formação em novas competências tecnologicamente avançadas e compreensão da sustentabilidade é vital. As instituições de ensino superior têm respondido a este desafio, oferecendo cursos e workshops dedicados a preparar a próxima geração de líderes empresariais para um futuro mais verde e digital.
No entanto, o caminho para uma transformação digital que seja, ao mesmo tempo, sustentável, é complexo e cheio de desafios. Impõe-se às empresas a responsabilidade de não só inovar, mas fazê-lo de forma consciente e ética. Esta é uma oportunidade de ouro para Portugal se afirmar como um líder na harmonização entre tecnologia e sustentabilidade, estabelecendo padrões que podem ser modelos para outros países.
Em conclusão, a transformação digital e a sustentabilidade nas empresas portuguesas são duas faces da mesma moeda no cenário empresarial contemporâneo. Para além de trazerem inovação e eficiência operacional, estas práticas promovem uma responsabilidade partilhada na preservação do nosso planeta. Ao adotarem este caminho, as empresas portuguesas não só garantem a sua competitividade a nível global, mas também asseguram um legado sustentável para as gerações futuras.
A transformação digital e a sustentabilidade nas empresas portuguesas
