Nos últimos meses, a inflação tem sido um tema quente nos noticiários económicos, com os preços a subirem em várias frentes, desde a energia aos bens alimentares. Este cenário tem levantado preocupações entre os portugueses, especialmente no que diz respeito ao poder de compra e ao valor das suas poupanças. Mas como é que a inflação está realmente a afetar as finanças pessoais e o que pode ser feito para mitigar os seus efeitos?
A inflação, por definição, é o aumento generalizado dos preços de bens e serviços numa economia ao longo do tempo. Quando os preços sobem, cada unidade monetária compra menos bens e serviços, o que significa que o poder de compra diminui. Para os portugueses que têm as suas poupanças em depósitos a prazo ou contas poupança com taxas de juro baixas, o retorno real pode tornar-se negativo quando a inflação ultrapassa a taxa de juro oferecida pelo banco.
Mas não são apenas as poupanças que estão em risco. A inflação também pode corroer o valor dos investimentos, especialmente aqueles que não estão indexados à inflação ou que não oferecem proteção contra a mesma. Por exemplo, obrigações com taxas fixas podem perder valor real se a inflação subir acima da taxa de juro que oferecem.
Felizmente, existem estratégias que os investidores podem adotar para se protegerem contra a inflação. Investir em ativos reais, como imobiliário ou commodities, pode ser uma boa opção, uma vez que estes tendem a valorizar-se com a inflação. Além disso, os títulos indexados à inflação, como as obrigações do Tesouro portuguesas indexadas à inflação, podem oferecer uma proteção direta contra o aumento dos preços.
Outra estratégia é diversificar o portfólio de investimentos, incluindo ações de empresas que têm poder de fixação de preços e que, portanto, podem passar os aumentos de custos para os consumidores. Estas empresas tendem a performar melhor em ambientes inflacionários.
Para os mais conservadores, os certificados de aforro e os certificados do tesouro podem ser alternativas interessantes, especialmente as séries que estão indexadas à inflação. Estes produtos oferecem uma taxa de juro que acompanha a evolução da inflação, garantindo que o poder de compra do investidor não é erodido.
Em conclusão, embora a inflação represente um desafio para as poupanças e investimentos dos portugueses, existem várias estratégias que podem ser adotadas para proteger o património. O segredo está em estar informado, ser proativo e, se necessário, procurar aconselhamento financeiro profissional para tomar as melhores decisões de acordo com o perfil de risco e os objetivos de cada um.
O impacto da inflação nas poupanças dos portugueses e como se proteger
