Foi num cenário imprevisto que o mercado energético português se encontrou perante um dos maiores desafios dos últimos anos. A pandemia de COVID-19, com todas as suas consequências diretas e colaterais, veio colocar à prova a resiliência e a capacidade de adaptação deste setor fundamental para a economia do país.
Nos últimos meses, temos acompanhado os esforços dos principais players deste setor para se ajustarem a um novo paradigma que vai além da mera produção e distribuição de energia. Observamos um crescente investimento em estratégias de sustentabilidade, num compromisso cada vez mais sério com o ambiente e com a transição para um modelo de produção energético de base renovável.
Ainda no contexto da pandemia, assistimos a uma oscilação significativa na procura de energia. O confinamento obrigatório resultou numa queda abrupta na demanda, com significativo impacto nas receitas das empresas do setor. No entanto, esta situação teve uma natureza temporária, que infelizmente não se verificou no segmento hotelaria e turismo, entre outros.
E se no rescaldo deste período tenebroso alguns questionam a capacidade de recuperação do setor energético, aí entramos na vertente das soluções tecnológicas. A digitalização é uma realidade cada vez mais presente neste setor como ferramenta de gestão eficiente da produção, distribuição e consumo de energia.
Não se pode falar do mercado energético em Portugal sem se olhar para o avanço das energias renováveis. Aspeto que vale a pena notar é que o compromisso com a sustentabilidade não é apenas um imperativo legal ou ético, mas também uma oportunidade de minimizar os custos de produção e maximizar os lucros.
Em última análise, o que a pandemia nos mostrou é que o mercado energético português se encontra numa fase de transição. Apesar dos desafios e das incertezas, está claro que o futuro deste setor implica uma profunda transformação, não apenas na forma como produzimos e consumimos energia, mas também na maneira como a percebemos e a valorizamos.