Já não é mais segredo que para além das questões climáticas de grande importância, também existe um forte argumento económico a favor da transição energética. Além de criar empregos, aumentar a competitividade e estimular a inovação e o crescimento, os benefícios incluem reduzir a dependência energética e fortalecer a economia nacional. Para entender melhor o assunto, vamos dividir em segmentos.
Os custos da transição energética estão em declínio com a evolução tecnológica. As energias renováveis estão se tornando economicamente mais atraentes, graças aos avanços na eficiência e à queda nos preços das tecnologias. Isto é especialmente evidente em Portugal, onde o sol e o vento são abundantes. Segundo dados da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), o preço global da energia solar caiu 82% nos últimos dez anos. A onda eólica também tem custos de produção cada vez mais baixos.
A economia poderia beneficiar de uma significativa criação de empregos. A transição energética poderia criar milhares de novos postos de trabalho em setores como a construção, fabrico, operação e manutenção de instalações energéticas.
No entanto, é claro que para aproveitar os benefícios da transição energética, é preciso grande investimento. Segundo um relatório recente da Comissão Europeia, para atingir os objetivos climáticos de 2030, é preciso um investimento adicional de 350 mil milhões de euros por ano na economia portuguesa.
Um ponto importante a ser destacado é o auxílio à competitividade e ao desenvolvimento de novas oportunidades de negócio. Empresas que adaptam suas operações de acordo com a sustentabilidade têm melhorado sua imagem corporativa e têm um melhor desempenho no mercado.
A última parte desse puzzle, mas não menos importante, são as políticas de apoio. Taxas de IVA reduzidas para produtos e serviços de eficiência energética, regras mais flexíveis para auxílios estatais e um quadro reforçado para a governação da União da Energia, são algumas das iniciativas que poderiam apoiar a transição energética.
A transição energética é uma oportunidade para transformar a economia portuguesa. Mas para que seja eficaz, é necessário um compromisso firme por parte de todos os intervenientes.