A importância da alimentação vai muito além do que acabamos por ver na balança ou no nosso índice de massa corporal. O impacto que a dieta tem na audibilidade é um tema relativamente novo que começa a ganhar atenção no meio científico e entre especialistas em saúde auditiva.
Muitos de nós crescemos ouvindo que certos alimentos são bons para os nossos olhos ou pele, mas raramente ouvimos falar sobre como uma dieta equilibrada e saudável pode beneficiar a nossa capacidade auditiva. Recentemente, uma nova onda de estudos tem desvendado ligações surpreendentes entre a escolha alimentar e a prevenção de condições auditivas que prejudicam a qualidade de vida.
A vitamina C, por exemplo, frequentemente associada ao reforço do sistema imunológico, tem um efeito protetor contra a perda auditiva induzida por ruídos. Este antioxidante é capaz de mitigar danos celulares nos ouvidos internos causados por exposição a sons em altos decibéis. Havendo um aumento no consumo de vitamina C, através da ingestão de citrinos, kiwis ou brócolos, é possível observar melhorias na capacidade de escuta em populações expostas a ambientes ruidosos.
Outro componente da dieta que merece atenção são os ácidos graxos ômega-3. Encontrados no peixe e em alguns vegetais, como a linhaça, esses ácidos são conhecidos por seus benefícios à saúde cardiovascular, mas também apresentam potencial de prevenção contra o declínio auditivo, principalmente em idosos. As raízes desta ligação repousam na capacidade do ômega-3 de melhorar a circulação sanguínea, facilitando a chegada de nutrientes vitais ao ouvido interno.
O zinco, elemento essencial no corpo humano, tem um papel fundamental na regeneração celular e no reforço do sistema imunitário. A deficiência deste mineral pode aumentar a probabilidade de infecções de ouvido, sobretudo em crianças. Incorporar alimentos como ostras, carne vermelha e castanhas na dieta pode afastar estas complicações auditivas.
Claro que os cuidados com a alimentação precisam ser aliados a outras práticas saudáveis, como a redução do uso de fones de ouvido a volumes muito altos. No entanto, as descobertas sobre o impacto da alimentação na saúde auditiva abrem novas possibilidades preventivas. Quem imaginaria que, na próxima ida ao mercado, ao escolher os produtos, estamos também cuidando dos nossos ouvidos?
Esse assunto merece mais destaque e insere-se numa abordagem integrada de saúde e bem-estar que reforça não só o cuidado com o que comemos, mas também a consciencialização da importância do som nas nossas vidas e como geri-lo da melhor forma possível. Afinal, ouvir bem é viver plenamente.
Como a nossa alimentação pode impactar a saúde auditiva
