Impacto da música alta na saúde auditiva e o que podemos fazer para nos proteger

Impacto da música alta na saúde auditiva e o que podemos fazer para nos proteger
O impacto severo do som em níveis elevados não é algo novo. Ouvimos falar sobre os perigos do ruído há décadas, mas, na prática, parece que muitos de nós ignoramos ou desconhecemos totalmente os riscos envolvidos. Quando falamos em música alta, muitas vezes pensamos em diversão e entretenimento. Um concerto de rock onde todos estão a cantar a plenos pulmões, uma discoteca onde a batida nos faz vibrar o corpo inteiro, ou simplesmente ouvir os nossos álbuns favoritos no máximo volume em casa. Se por um lado o público se perde no prazer da música, por outro, os especialistas em saúde auditiva estão preocupados com o aumento progressivo dos casos de perda auditiva induzida por ruído.

A investigação recente publicada pelo Estudo Nacional sobre Saúde Auditiva em Portugal mostra que cerca de 20% dos jovens, entre os 16 e os 30 anos, já apresenta algum tipo de perda auditiva. Isso deve-se sobretudo ao uso abusivo de dispositivos de áudio com auriculares, especialmente em ambientes ruidosos onde sentimos a necessidade de aumentar ainda mais o volume.

Para entendermos melhor o problema, é necessário ter noção da pressão sonora medida em decibéis (dB). Níveis acima dos 85 dB podem causar danos auditivos permanentes, especialmente com uma exposição prolongada. Assim, uma discoteca ou um concerto que facilmente ultrapassam os 100 dB podem ser devastadores para os ouvidos quando a proteção não é usada.

O que podemos fazer para nos proteger? Em primeiro lugar, ser conscientes dos riscos é fundamental. Se fores a um concerto ou a uma discoteca, considera usar protetores auditivos. Hoje em dia, existem opções no mercado que reduzem o volume sem comprometer a qualidade do som. Além disso, respeitar as regras dos 60/60, que significam escutar com não mais de 60% do volume máximo durante não mais de 60 minutos por dia, pode ajudar significativamente a preservar a audição.

Outra recomendação útil é fazer pausas regulares enquanto estamos a ouvir música. O ouvido humano necessita de tempo para se recuperar, e pequenos intervalos podem fazer uma diferença surpreendente. Se é fã de áudio de alta qualidade, investir em auscultadores que cancelem o ruído exterior pode ser uma excelente opção. Estes auscultadores permitem que escutes a música a volumes mais baixos, pois bloqueiam os ruídos indesejados do ambiente.

A educação e a consciencialização são, sem dúvida, as armas mais poderosas nesta batalha silenciosa. Estar plenamente consciente do alto custo de uma decisão aparentemente inofensiva, como ouvir música num volume elevado, pode salvar-nos de uma realidade em que um órgão vital, que muitas vezes tomamos como garantido, fica comprometido.

Assistimos à evolução tecnológica a oferecer-nos produtos cada vez mais avançados e personalizados. O mesmo deve acontecer com a proteção dos nossos sentidos. Os avanços na saúde auditiva, como os dispositivos auditivos modernos, são uma bênção para aqueles que sofrem de perda auditiva, mas todos nós podemos adotar medidas para evitar que isso se torne uma necessidade.

Por fim, a responsabilidade é também das entidades que organizam eventos e na fiscalização destas atividades. Políticas de sensibilização e auditorias regulares ao nível dos decibéis permitidos em locais públicos podem desempenhar um papel crítico na proteção auditiva do público.

Não deixemos que os prazeres momentâneos nos afastem de ouvir claramente as vozes daqueles que amamos, ou as subtilezas da natureza. A música não precisa de ser sacrificada pela nossa saúde auditiva, e podemos continuar a viver experiências sonoras inesquecíveis sem colocar em risco um dos nossos sentidos mais preciosos.

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