O setor financeiro português testemunhou uma transformação exponencial com a chegada das fintechs, startups tecnológicas que revolucionaram serviços financeiros tradicionais como pagamentos, empréstimos e seguros.
Em 2019, Portugal já tinha mais de 60 fintechs a operar, uma tendência impulsionada pelo crescimento do digital e da ubiquidade smartphones. As fintechs proporcionam maior conveniência, eficiência e acessibilidade ao consumidor, desferindo assim um golpe nos bancos tradicionais que lutam para acompanhar a inovação exponencial deste novo ramo do setor financeiro.
Neste contexto, a fintech Revolut é um exemplo particularmente notável. Desde a sua entrada em Portugal em 2017, a Revolut já angariou mais de 500 mil utilizadores e estabeleceu-se como uma alternativa viável aos bancos tradicionais. A Revolut oferece várias características atrativas para os seus usuários, incluindo taxas de câmbio favoráveis, a possibilidade de ter várias contas em diversas moedas e funcionalidades de poupança automatizadas.
No entanto, apesar do crescimento e sucesso das fintechs, a regulação e supervisão deste setor em rápido desenvolvimento continua a ser um desafio. O Banco de Portugal, no seu papel de regulador, tem procurado manter-se a par deste setor emergente e as complexidades que ele traz para o setor financeiro.
A implementação da segunda Diretiva de Serviços de Pagamento (PSD2) em 2018 representou um marco no regulamento das fintechs em Portugal. De acordo com esta diretriz, as fintechs têm um livre acesso ao sistema bancário, embora devam cumprir com um conjunto de normas de segurança e proteção dos dados dos consumidores.
As fintechs representam uma disrupção real no setor financeiro português e estão a redefinir o modo como os consumidores interagem com os serviços financeiros. Contudo, para assegurar que este crescimento seja sustentável, é crucial uma regulação efetiva que proteja os consumidores e garanta a integridade do sistema financeiro.