Nos corredores do setor tecnológico, um novo tipo de seguro está a ganhar protagonismo. Os seguros de tecnologia, uma vertente em expansão no mercado português, surgem como uma resposta às necessidades crescentes de proteção contra riscos digitais e cibernéticos. Com o aumento das infraestruturas digitais e a expansão impulsionada pela transformação digital, as empresas veem-se obrigadas a proteger os seus ativos mais valiosos: os dados.
A realidade é que as ameaças cibernéticas se encontram em constante evolução, e a capacidade para prever os próximos movimentos dos cibercriminosos é limitada. Neste cenário, a indústria seguradora procura inovar, criando produtos que cubram desde ataques de ransomware a falhas de segurança que possam comprometer informações sensíveis de clientes ou parcerias estratégicas. Portugal, que se configura como um polo crescente na área tecnológica da Europa, recebe com expectativa estas soluções, especialmente entre startups e pequenas e médias empresas que emergem no ecossistema nacional.
Contudo, a inclusão decidida destes seguros por parte das empresas portuguesas ainda se verifica rodeada de cautelas. O custo dos prémios, a complexidade dos contratos e uma compreensão ainda nebulosa sobre quais riscos específicos estão cobertos permanecem como barreiras consideráveis. As seguradoras estão a investir em campanhas de esclarecimento e comunicação para educar o mercado sobre o valor tangível que estes produtos podem trazer, sobretudo em evitar perdas financeiras avassaladoras.
Além disso, os profissionais da área tech em Portugal estão a recorrer a conselhos especializados para gerir as suas estratégias de segurança cibernética e entender como estas coberturas complementam as medidas preventivas já implementadas internamente. As parcerias entre seguradores e serviços de cibersegurança são vistas como uma dupla implacável, onde ambos os lados lucram: as seguradoras reforçam a sua capacidade de detetar e mitigar riscos precocemente, enquanto as empresas conseguem adaptar planos de recuperação mais robustos.
No entanto, há críticas que não podem ser ignoradas. Alguns analistas destacam que a regulação sobre seguros de tecnologia ainda está longe de ser clara e uniforme a nível europeu, criando uma espécie de “roleta” onde tanto seguradoras quanto segurados podem encontrar-se em sérios impasses. De Lisboa ao Porto, a procura por advogados e consultores especializados cresce na tentativa de decifrar e navegar a ambiguidade regulatória que rodeia este campo em rápida evolução.
Em síntese, os seguros de tecnologia podem transformar-se num pilar crucial na estratégia de gestão de riscos em Portugal. Num mundo que se digitaliza a cada segundo, proteger os ativos digitais torna-se tão importante quanto assegurar os patrimônios físicos. As empresas portuguesas, ao adotarem uma postura proativa em relação a esta nova linha de seguros, estarão mais bem preparadas para os desafios impostos pela era digital e, principalmente, para se proteger contra a imprevisibilidade dos ataques cibernéticos.
O futuro incerto dos seguros de tecnologia em Portugal
