Nos tempos atuais, o bem-estar mental dos animais de estimação tem ganhado destaque entre tutores e profissionais do setor pet. Embora tradicionalmente a saúde física tenha sido o foco principal, cresce a conscientização sobre a importância de cuidar também da saúde psicológica dos nossos amigos de quatro patas.
Os sinais de que algo não está bem com a saúde mental de um animal podem ser sutis. Alterações de comportamento, como a agressividade repentina, a apatia ou o excesso de lamber as patas, são manifestações comuns. É crucial que os tutores estejam atentos a mudanças nessas atitudes, pois muitas vezes indicam estresse, ansiedade ou depressão.
A Anália, uma veterinária comportamentalista de renome, aponta que uma das causas mais comuns de distúrbios mentais em pets é o tédio. "Um cachorro ou gato que passa muitas horas sozinho ou sem estímulo pode desenvolver problemas comportamentais", explica ela. A solução, segundo Anália, pode ser tão simples quanto dedicar mais tempo a atividades lúdicas: "Brinque com o seu pet, ofereça brinquedos que estimulem o raciocínio e faça passeios regulares. Essas práticas auxiliam na liberação de energia e são ótimas para a saúde mental."
Outro fator determinante é o ambiente em que o animal vive. Espaços barulhentos ou desorganizados podem gerar estresse e ansiedade contínuos. Adaptar o ambiente do animal com espaços de refúgio, onde ele possa relaxar sem ser incomodado, faz uma grande diferença no bem-estar mental do pet.
Os tutores também devem estar cientes do impacto das mudanças bruscas no dia a dia dos seus animais. A chegada de um novo membro da família, uma mudança de casa ou até mesmo a alteração na rotina de passeios e refeições pode desencadear reações de estresse. Manter uma rotina previsível e introduzir novas experiências de maneira gradual são estratégias eficazes para minimizar o impacto.
A terapia pode ser uma alternativa em casos mais graves. Existem profissionais especializados em entender e tratar problemas comportamentais em pets. Gabriela, dona de um golden retriever que desenvolveu ansiedade severa após uma mudança de casa, decidiu procurar ajuda profissional: "Fomos indicados a um veterinário comportamental e, com acompanhamento, meu cão mostrou avanços significativos em poucos meses."
Mas nem sempre é necessário recorrer a terapias. Às vezes, a medicina preventiva pode ser a melhor abordagem. Integrar atividades que promovem a saúde mental ao dia a dia do animal, como sessões de massagem, aromaterapia ou mesmo aulas de obediência fazem toda a diferença.
O impacto do tutor no humor do animal é outro ponto de muita relevância. Estudos indicam que o estresse e a ausência emocional do tutor afetam diretamente o nível de ansiedade dos pets. Assim, garantir um ambiente doméstico harmonioso beneficia tanto os humanos quanto os animais.
Por fim, a adoção de práticas complementares como a musicoterapia e a fitoterapia tem mostrado bons resultados. As músicas clássicas, por exemplo, têm propriedades relaxantes e são utilizadas em clínicas veterinárias para acalmar animais nervosos. Já determinadas ervas podem oferecer conforto, mas requerem sempre a orientação de um profissional.
Cuidar da saúde mental dos animais de estimação não é apenas uma questão de cuidado, mas de responsabilidade. São essas iniciativas que garantem não só a longevidade, mas a qualidade de vida que nossos pets tanto merecem.
O cuidado com a saúde mental dos animais de estimação
