Seguros para animais exóticos: o que precisa de saber antes de trazer um réptil ou ave para casa

Seguros para animais exóticos: o que precisa de saber antes de trazer um réptil ou ave para casa
A tendência de adoptar animais exóticos cresce a um ritmo acelerado em Portugal. Iguanas, papagaios, cobras e até aranhas ocupam cada vez mais espaço nos lares portugueses. Mas quantos destes tutores sabem que os seguros para animais de estimação convencionais raramente cobrem estas espécies?

A realidade é preocupante: a maioria dos seguros disponíveis no mercado limita-se a cães e gatos, deixando os tutores de animais exóticos completamente desprotegidos. Uma pesquisa nos principais sites de seguros pet nacionais revela que menos de 15% oferecem cobertura para répteis, aves ou mamíferos não convencionais.

Os custos veterinários para estes animais podem atingir valores astronómicos. Uma simples consulta para um lagarto pode custar 80 euros, enquanto uma cirurgia num papagaio pode ultrapassar os 1200 euros. Sem seguro, muitas famílias são forçadas a tomar decisões dolorosas quando o animal adoece.

As seguradoras justificam a relutância com a falta de dados estatísticos sobre doenças e tratamentos nestas espécies. "É difícil calcular prémios quando não sabemos qual a probabilidade de um furão desenvolver insulinoma ou uma iguana sofrer de doença metabólica óssea", explica uma actuária que preferiu manter o anonimato.

No entanto, algumas empresas começam a ver o potencial deste nicho de mercado. Seguradoras especializadas oferecem agora pacotes adaptados, mas com limitações significativas. Muitas excluem animais considerados perigosos ou espécies particularmente frágeis.

Os peritos recomendam que, antes de adquirir qualquer animal exótico, os futuros tutores investiguem não apenas as necessidades básicas da espécie, mas também a disponibilidade e custo de cuidados veterinários especializados. Muitas clínicas veterinárias comuns não têm equipamento ou conhecimento para tratar destes pacientes incomuns.

A legislação portuguesa também impõe restrições. Espécies protegidas por convenções internacionais ou consideradas invasoras requerem licenças especiais, e muitos seguros recusam-se a cobrir animais cuja posse possa ser questionada legalmente.

Os verdadeiros especialistas nesta área são escassos. No país inteiro, contam-se pelos dedos das mãos os veterinários especializados em animais exóticos. Esta escassez reflecte-se nos preços e na disponibilidade de cuidados urgentes.

Para quem já possui um animal exótico, a recomendação é clara: pesquisar seguradoras internacionais que oferecem cobertura mais abrangente ou considerar a criação de um fundo de emergência dedicado. Alguns tutores optam por seguros de saúde humana que, em casos muito específicos, podem ser adaptados.

O mercado está a evoluir, mas lentamente. Enquanto isso, a responsabilidade recai sobre os tutores para garantirem que podem providenciar não apenas amor e abrigo, mas também cuidados médicos adequados quando necessários.

A paixão por animais diferentes não deve cegar-nos para as realidades práticas da sua posse. Informação e preparação são as melhores ferramentas para garantir o bem-estar destes companheiros incomuns.

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